sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

BOM ANO!



Alegria - Entusiasmo - Atenção - Discernimento
Consciência - Intuição- Receptividade
Adaptabilidade - Resiliência - Sincronicidade
e uma melhor percepção da Realidade 
é o que vos desejamos.
Está na hora de seguirmos o coração

BOM ANO! 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SEJAMOS em 2012

“Diga-lhes que a missão da pessoa idosa é amar. Porque olhe para mim no meu sofá, eu não posso fazer nada, mas posso sempre sorrir. Posso sempre escutar. Posso sempre expandir o calor do coração.”
Testemunho relatado no livro “Une vie pour se mettre au monde” de Marie de Hennezel e B.Vergley

“A velhice é uma revolução mental.”
C. Singer, As idades da vida


Vivemos de imagens e fabricámos uma imagem da velhice, uma imagem de decadência. Na nossa sociedade a velhice tem poucos atractivos. A negatividade desta perspectiva acaba por transformá-la em realidade, ou seja, o imaginário e a realidade acabam por influenciar-se mutuamente.

No entanto, pequenos passos começam a dar-se para um outro olhar: O da velhice como uma outra etapa, uma outra presença no mundo, uma nova percepção, um novo lugar.

Quando nos consciencializarmos (mesmo que o corpo se degrade, a pele se enrugue, os membros fiquem rígidos e nodosos) da beleza que existe para além dos espelhos do nosso quarto, de tudo aquilo que nos prolonga, dá continuidade e multiplica, surpreendemo-nos com o nosso encontro: O encontro connosco e com a nossa capacidade de transformação. Como nos diz C. Singer, “a pessoa idosa torna-se toda ela encontro”. Tempo de hospitalidade, do “dom de si”. “Tendo atravessado tudo, torna-se, por sua vez, passagem”. Chegou o tempo da interioridade, da decadência exterior ser substituída pelo desenvolvimento do homem interior. O tempo de, enfim, mergulhar totalmente no mundo antes de desaparecer: A nossa revolução narcísica. Passar do corpo que temos ao corpo que somos, deixarmos de olhar para nós e habitarmo-nos. Sentirmos a plenitude e o espaço, dilatarmo-nos. Fazermos o luto da aparência do corpo e experimentarmos a felicidade de SER no corpo que habitamos.

Entremos no novo ano numa experiência de ENCONTRO, em plena presença de sentidos, presença que não se restrinja a uma fase exclusiva da vida. Descubramo-nos a cada passo desta viagem que é nossa, sintamos a realidade que vibra em nós. SEJAMOS em 2012!



Nota: Este é o 1º post de uma série que pretendemos escrever no ano de 2012, o “Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações”.
 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O nosso olhar, o nosso caminho


Obrigada aNaTureza!

"Quando lanço ao outro um olhar amoroso, revelo-lhe a sua natureza profunda, chamo-o à sua verdadeira identidade. O olhar daquele que me ama, esse olhar que vê em mim aquilo que sou de mais profundo coloca-me na minha realidade, remete-me para a luz original. 
(...) Na minha vida, àqueles que me inspiraram amor, devo-lhes tudo."
Christiane Singer

Estendamos as nossas mãos e o nosso olhar. Que, como nos diz Aluísio Cavalcante Jr:

"O maior presente que possamos dar a alguém neste Natal

não possa ser comprado em nenhuma loja,

mas  seja o olhar de amor que nos habita,

capaz de justificar, inspirar e dar sentido a vida."

Um Feliz Natal!

domingo, 11 de dezembro de 2011

BOA SEMANA!

"(...) tento o mais que posso não alienar a minha responsabilidade pessoal de transformação da história, pelo menos da minha história pessoal, dentro do espaço vital em que me toca viver. Sou responsável pelo mundo a construir. Não serei nunca capaz de o construir sozinho. 
Enquanto ser histórico, sou ponto de chegada de todas as experiências da vida e de fé que me precederam e sou, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, ponto de partida de novas experiências de vida que me hão-de suceder. Não sou um fim em mim próprio, nem o princípio absoluto de tudo, mas sou continuidade histórica da memória e do sonho, das memórias e dos sonhos de tantas vidas sonhadas e vividas antes de mim. 
Por isso sou responsável, pelo menos pelo "metro quadrado" que ocupo e dentro do qual procuro ser responsável por aqueles que comigo partilham esse mesmo espaço."
Frei Fernando Ventura, Do eu solitário ao nós solidário



"As nossas vidas são curtas e o nosso tempo neste planeta é tão precioso e tudo o que temos é uns aos outros. Espero que cada um de vocês possa viver vidas de envolvimento. Não serão necessariamente vidas fáceis, mas no final é tudo o que nos sustém."
Jacqueline Novogratz

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aldeia de Ndivinduane – a infinidade dos possíveis

"Sê a mudança que queres ver no mundo"
Mahatma Gandhi

 
Tudo começou com um furo de água, água que permitiu o surgimento da Vida: A Vida de uma Comunidade.

A sede de conhecimento das novas vidas dentro da Vida é o germe do surgimento de um novo fruto: Uma escola para crianças. 
E depois outro: Uma horta comunitária onde os excedentes podem ser comercializados, dando origem a pequenos negócios. 
Recuperam-se saberes artesanais e novos frutos surgem: Oficinas de costura e tecelagem.
 As carências a nível de saúde são o embrião da construção de um posto de atendimento à população no qual se destaca o tratamento a crianças desnutridas. 
Na expressão teatral encontra a medicina preventiva o desabrochar de outros frutos: Grupos de teatro retratam cenas do quotidiano e promovem hábitos saudáveis. 

O gosto pelo desporto é o feto que abrigará a criação de equipas e campos de vários desportos. 

A difícil acessibilidade e deslocamento dão o mote para uma nova realização: A construção de várias residências de acolhimento, para professores e  para alunos… 

Ndivinduane fica localizada no distrito de Namaacha, em Moçambique, e retrata a força de projectos que se expandem para além do imaginado. Um suceder de possíveis concretizados.

Inspiradas por esta cadeia, sem fim, de sementes que desabrocham e movidas pela convicção de que a principal ajuda que se pode dar ao desenvolvimento se chama Educação, juntamo-nos, neste Natal, a este projecto: No âmbito da nossa já tradicional campanha “Uma turma/Um cabaz”, vamos tentar dar o nosso contributo para que as crianças e jovens tenham melhores condições para ler, estudar, aprender, sonhar, jogar e criar na Escola de Ndivinduane. O desafio é cada turma da E. S. M. participar com uma caixa de material escolar, mas estão todos convidados a participar. O mais pequeno gesto é precioso na mudança que queremos “SER”.

domingo, 13 de novembro de 2011

Dia Mundial da Gentileza

" Pode fazer uma coisa realmente poderosa e revolucionária – parar de acarinhar o ego e começar a acarinhar os outros. Isso sim é ir contra a corrente! Pensa que oferecer o peito às balas é corajoso? Experimente despir-se dos invólucros que acha que o protegem dos “ataques” e do egoísmo alheios e aplique o método revolucionário de acarinhar os outros."

(imagem retirada da Internet)
Gentileza
Carinho
Benevolência
Compaixão
Agradecimento
Reconhecimento
Dedicação
Delicadeza
Cordialidade

A receptividade que, como nos diz a nossa amiga Marta Do seu Lugar, começa a existir para o uso de certas palavras, encoraja-nos a acreditar numa mudança importante do nosso modo de pensar e viver. Celebremos o Dia Mundial da Gentileza fazendo algo realmente poderoso: Dispamo-nos dos invólucros que achamos que nos protegem e passemos a aplicar o método revolucionário de acarinhar os outros.

Nota: Neste dia dê ainda um pulinho até aqui.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

 

Inscrevemos o Projecto Optimismo em Construção (desenvolvido na Escola Secundária de Miraflores) no Concurso "Participar para Mudar" promovido pelo CHRIS – Centro de História Contemporânea e Relações Internacionais no âmbito da temática “A União Europeia dos Cidadãos” do Plano de Comunicação 2011.
As votações são feitas online e serão permitidas até ao dia 31 de janeiro de 2012, inclusive. Nós estamos muito atrasadas, pois só nos inscrevemos ontem. Precisamos de votos AQUI! Contamos convosco. O nosso Projecto merece!

domingo, 30 de outubro de 2011

Uma nova consciência para um mundo em crise

"Quando lhe é dada oportunidade o ser humano é naturalmente motivado para colaborar com os outros pela genuína alegria de contribuir para o interesse geral."
Jeremy Rifkin




No seu livro “Une nouvelle conscience pour un monde en crise” Jeremy Rifkin propõe uma releitura da história da humanidade numa perspectiva social e altruísta. Partindo da constatação de que jamais o mundo pareceu tão unificado (pelas comunicações, comércio, cultura) e, simultaneamente, tão dividido (pela guerra, crise financeira, aquecimento do planeta, difusão de epidemias), Jeremy Rifkin observa que a espécie humana parece incapaz de concentrar verdadeiramente os seus recursos mentais colectivos para “pensar globalmente e agir localmente”. Parece haver uma desconexão entre as nossas estruturas mentais (que nos predispõem a uma determinada forma de sentir, pensar e agir) e o mundo em que vivemos. A humanidade encontra-se na alvorada de uma etapa crucial e tudo indica que as antigas formas de consciência religiosas ou racionalistas estão ultrapassadas. Emergem novas formas de apreender a sociedade, a economia, o meio ambiente: Uma mudança gigantesca e profunda. Uma mudança que, segundo Rifkin, terá como alicerce o espírito colaborativo. 
De facto, florescem sites no âmbito da doação – desde a oferta de objectos
 
ao acolhimento de turistas numa casa aconchegante, paralelamente ao seu acompanhamento na descoberta de novos lugares. Assistimos à multiplicação de modelos de cooperação como a Wikipedia, ou Linux onde milhares de internautas partilham os seus conhecimentos. Proliferam fóruns, projectos de apoio nos mais variados campos (ver projecto Boinc). A nova geração do milénio envolve-se, cada vez mais, na colectividade de que faz parte. Há quem lhe chame a “Geração G” (G de generosidade/gentileza) dando-nos uma visão da natureza humana que nos revigora e o oxigénio que precisamos para respirar num contexto que parece sufocar-nos. Estamos cada vez mais conscientes da nossa interdependência e da necessidade de repensarmos os nossos modelos filosóficos, económicos e sociais. Um mundo de possibilidades e desafios. De esperança também. 



Nota: Bora Mudar o Mundo é o mote de "Um Blog pelo Ambiente". Recomendamo-lo vivamente. O último post revela de uma forma fantástica a interdependência que se manifesta de um modo tão expressivo na blogosfera. Inspirador!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vamos

A esperança prospera mesmo debaixo das condições mais desfavoráveis.
Alejandro Dolina
 

AQUI
 

domingo, 16 de outubro de 2011

17 de Outubro - Dia internacional para a erradicação da pobreza

“Se acreditarmos firmemente que a pobreza é inaceitável – que não poderá ter lugar numa sociedade humana civilizada – então construiremos instituições e traçaremos as políticas apropriadas para criarmos um mundo sem pobreza (...)
É possível eliminar a pobreza do nosso mundo, porque ela não é natural aos seres humanos – mas é imposta artificialmente. Dediquemo-nos a acabar com a pobreza o mais depressa possível, metendo-a nos museus uma vez por todas (...)

(…) Tendemos a estar tão ocupados com o nosso trabalho do dia-a-dia que nos esquecemos de olhar pela janela das nossas vidas para confirmar em que etapa da viagem nos encontramos, ou aproveitar para reflectir sobre o destino a que queremos verdadeiramente chegar.

Cada um de nós deveria elaborar uma lista de sonhos para reflectirmos em que tipo de mundo queremos viver (…)

Este processo de imaginação de um mundo novo é um dos principais elementos em falta no actual sistema de ensino. Preparamos os nossos estudantes para o trabalho e para a carreira profissional, mas não os ajudamos a pensar enquanto indivíduos sobre o tipo de mundo que eles gostariam de construir (…)

Sonhar com um mundo melhor é divertido. Mas o que pode fazer cada um de nós para aproximar esse mundo da realidade? Uma medida prática é a criação de uma pequena organização para realizar parte do objectivo – aquilo a que chamo “fórum de acção social”.

Um fórum de acção social pode ter apenas três pessoas que se juntam para resolver um único problema local e de fácil resolução. Poderão dar ao fórum um nome engraçado, audacioso, inovador ou simplesmente o nome dos respectivos membros.

Uma vez criado o fórum, definam o vosso plano de acção para o ano em curso. Por exemplo, ajudar um desempregado, um sem-abrigo ou um mendigo a encontrar uma actividade remunerada ou capaz de gerar um rendimento que lhe permita sair da pobreza. Seleccionem a pessoa pobre que querem ajudar, sentem-se com ela e inteirem-se do problema que a impede de progredir e depois encontrem a solução.”

Muhammad Yunnus, Criar um mundo sem pobreza



Aqui fica a proposta. Porque cada um dos nossos mais pequenos actos pode ter consequências imensas no mundo que nos acolhe, porque “NÓS CRIAMOS AQUILO QUE QUEREMOS CRIAR”.

sábado, 8 de outubro de 2011

O Ser Invisível

"Como suportar, como salvar o visível, senão fazendo dele a linguagem da ausência, do invisível?"
Rilke


Somos os artesãos da nossa própria vida. Há que cinzelar, polir paciente e incessantemente o ouro do visível para dele fazer o invisível. Construirmos aquilo que não morrerá, construirmos o nosso ser Invisível. 

Nota de 9/10/11: Depois de ter escrito este texto fui visitar o blogue "Começar de Novo" e vi que o tema escolhido pela nossa amiga Emília para o seu último post se sintonizava com o deste numa perfeita harmonia. E é assim que vamos escutando e vivendo a melodia do Universo. 
Teresa 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As palavras

História hassídica na versão de Christiane Singer:

"Um pobre velho ora com fervor: O rabino aproximando-se apercebe-se de que ele recita o alfabeto e surpreende-se. Dirige-se ao homem: "Que é que recitas?" E o outro: "Sabes Rabbi, sou um pobre homem sem grande instrução, sem grande inteligência e tenho medo de desagradar ao meu criador. Por isso ofereço-lhe todas as letras do alfabeto para que ele se sirva delas e componha ele a oração que gostaria de escutar."



As palavras podem ferir ou curar, alegrar ou entristecer, aliviar ou angustiar, desmotivar ou incentivar, ridicularizar ou apoiar, fechar ou portas abrir...
Poder imenso o das palavras! Mas é também na forma de as juntar que está a sua magia. É a forma de as ligar, de trazê-las à frente, ou atrás, de não dar demasiada atenção a umas em detrimento de outras, de não as atropelar, de criar espaços entre elas, de as unir em comunhão. É então que as palavras nos abrem caminhos. Somos como as palavras e, tal como elas, podemos mudar, ligarmo-nos de formas diferentes e abrir novos  caminhos. 
Nota: Este post surgiu na sequência do reenvio do vídeo acima e da leitura das últimas palavras do blogue Coração de Professor, palavras que nos preenchem de magia e inspiram o nosso caminhar.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Kshanti Paramita

“Imagine que você tem uma tigela de água e que alguém coloca uma mão cheia de sal na água da tigela; ela tornar-se-á, então, demasiado salgada para beber. Mas imagine que alguém tenha jogado uma mão cheia de sal num rio limpo de montanha. O rio é profundo e largo o suficiente para você poder tomar a água sem que ela pareça salgada.
Quando o seu coração é pequeno você sofre demais. Mas quando o seu coração se torna maior, muito grande, a mesma coisa já não o faz sofrer tanto. Assim, o segredo é ajudar o seu coração a crescer (...)
 Ajudar o coração a crescer, kshanti paramita, é a capacidade de abraçar todo o mundo, tudo, você não exclui ninguém (…)
A prática da inclusão consiste em ajudar o seu coração a tornar-se maior, maior e maior.”
Thich Nhat Hanh



Parar, escutar, ver, sentir, encontrarmo-nos por inteiro num grande coração. Porque "o Mundo  está cheio de histórias, mas as histórias são todas uma só." 
É esta a mensagem que me fica deste vídeo de uma querida amiga. Muito obrigada Joana por ajudares o nosso coração a crescer!
 Teresa


domingo, 18 de setembro de 2011

BOA SEMANA!

Porque, como diz François Cheng, "o estado supremo da beleza é a harmonia", porque relembrámos Rarindra Prakarsa ao ler o último post da Sónia, porque quando entramos no mundo da arte abrimos o nosso coração num envolvimento dos sentidos, desejamos-vos uma BOA SEMANA com vários poemas visuais:


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O nosso melhor brinquedo

"A mente é um lugar em si mesma. Pode fazer do céu um inferno e do inferno um céu."
John Milton


http://www.ted.com/talks/paul_bloom_the_origins_of_pleasure.html

"O nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: Nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade."
Charles Chaplin

"Um dia, no princípio dos tempos, alguns demónios reuniram-se para fazer uma diabrura. Um deles disse: “Estava a pensar que poderíamos tirar algo aos humanos, porém... O quê?”
Depois de muito pensar, um deles respondeu: “Já sei!, poderíamos tirar-lhes a felicidade... Porém, claro, o problema será onde escondê-la, para que não possam encontrá-la”.
Propôs o primeiro demónio: "Vamos escondê-la em cima do monte mais alto do mundo...!”
...do que imediatamente discordou um outro: “Não, lembra-te que eles têm força e vontade. Algum dia, alguém poderá subir e encontrá-la, e se um a encontra, pronto! Todos saberão onde está".
Logo propôs outro: "Então, vamos escondê-la no fundo do mar!”.
E outro contestou: "Não, lembra-te que eles têm curiosidade. Algum dia, alguém construirá algum aparelho para poder baixar até o fundo e, então, encontra-la-á".
Um outro deles disse: "Escondamo-la num planeta longe da Terra!".
Disseram-lhe: "Não, lembra-te que eles têm inteligência. Um dia, alguém construirá uma nave para viajar para outros planetas e, então, descobri-la-ão".

Um dos demónios tinha permanecido em silêncio, escutando atentamente as propostas.

Então, disse: "Creio saber onde devemos colocá-la para que nunca a encontrem". Todos o olharam e perguntaram ao mesmo tempo: “Onde?".
“Escondamo-la DENTRO deles mesmos... Estarão tão ocupados a procurá-la fora que nunca a encontrarão".

Todos ficaram de acordo e, desde então, sempre tem sido assim."

Autor desconhecido

sábado, 10 de setembro de 2011

Praticar o não julgamento

 
Julgar, à partida, é fazer uma distinção: Identificar aquilo que sou e aquilo que é o outro, aquilo que nos é semelhante e aquilo que nos distingue. O julgamento representa a constante avaliação das coisas como certas ou erradas, boas ou más. Quando se está sempre a avaliar, a classificar, a rotular, a analisar, cria-se uma imensa turbulência no nosso diálogo interior, como nos diz Deepak Chopra. 
Os nossos julgamentos criam, de facto, uma grande desestabilização: Quanto mais repetimos que o nosso filho é desobediente, mais nos irritamos, quanto mais alimentamos o pensamento de que o mundo é injusto, mais nos perturbamos.
O julgamento, seja positivo ou negativo, remete para uma vulnerabilidade emocional e afectiva, para feridas narcísicas. Se não tivéssemos sido submetidos ao julgamento, não julgaríamos os outros e não julgaríamos a nós próprios.
No coração do julgamento, o ego ávido de reconhecimento está sempre lá: “O que é que eu valho?” Quanto mais julgo o outro, mais duvido do meu valor.
Se encararmos o julgamento como a nossa parte de sombra, de sofrimento, de fragilidade, ele transforma-se num convite a ver mais de perto aquilo que grita ou chora em nós.
O não julgamento é uma chave para melhor se amar e melhor amar os outros, fazer silêncio em nós para nos tornar disponíveis aos outros. Exige não somente o controle da palavra e dos pensamentos, mas também a estabilidade das emoções e aceitação da realidade tal como é. Os seus grandes obstáculos são a dificuldade em aceitar a alteridade e também a impossibilidade que sentimos em escutar verdadeiramente o outro.
Praticar o não julgamento é libertarmo-nos das nossas prisões mentais e pacificar o nosso coração.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Criatividade - ecologia humana

É com as palavras de David Servan-Schreiber que retomamos o tema da criatividade, já aqui abordado. David Servan-Schreiber deixou-nos no dia 24 de Julho vencido pelo câncer que combatia há 20 anos. Com a sua obra-testamento “antes de dizer adeus” (On peut se dire au revoir plusieurs fois) este neuropsiquiatra deu-nos mais um presente de conforto e optimismo.  
Como grande propósito deste novo ano lectivo, que começa, deixamos-vos a sugestão: Reinventarmo-nos, religarmo-nos a cada momento.


“Há uma bela imagem no romance Vendredi ou les Limbes du Pacifique. Michel Tournier fala do crânio de um búfalo suspenso de uma árvore, que deixa passar uma música quando o vento passa através dele. Quem produz a música: o crânio, o vento, ou o encontro dos dois?
Acontece o mesmo com a criatividade: cada um de nós, no decurso da vida, das experiências, é como este crânio de búfalo através do qual sopra a vida, gerando uma melodia perfeitamente inédita. Que sentimento de júbilo ao perceber que não é necessário ser artista para viver a vida como um processo criativo!
O que aprendi de essencial nos últimos vinte anos da minha carreira científica, é também a maior descoberta da ecologia moderna: trata-se da ideia simples e fundamental de que a vida é a expressão das relações no seio de uma rede, e não uma série de objectivos pontuais perseguidos por individuos distintos. É tão verdade no que respeita a formigas, girafas, lobos como a seres humanos. Pela minha parte, foi através das minhas relações com todos os que se apaixonam por estas ideias de ecologia humana que tive a sorte de exprimir a minha criatividade e de contribuir para a comunidade.”
David Servan-Schreiber

domingo, 4 de setembro de 2011

A rentrée



Chegou o momento em que temos de voltar ao rodopio dos horários, cortar com o doce descanso dos dias sem relógio. Um corte que visualizamos, em geral, nos nossos pensamentos, com alguma rejeição e vontade de adiar. No entanto, ele é-nos imposto e... ainda bem! Porque se este momento não nos fosse imposto talvez nos mantivéssemos ad eternum num dolce far nienti. É preciso partir para outro ciclo renovado. Entrar na realidade e arriscar. Arriscar um mundo de possibilidades e inventarmo-nos a cada dia. Vamos! A praia está longe, o campo do infinito está aí. "JUST DO!"
Boa rentrée, boa semana!

Nota: Para este novo começo deixamos-vos a sugestão de um filme: "Beginners" ("Assim é o amor"). A não perder, mesmo.




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vamos dançar?



A dança liberta-nos: Une o eu solitário à comunidade. Transforma o espaço e o tempo. Uma terapia para o corpo e para a alma. Vamos dançar?

domingo, 28 de agosto de 2011

Postais III

http://youtu.be/PxpD4UMci8A (a incorporação deste vídeo foi desactivada)

Terminamos as nossas férias com os dois postais que a Ana Teresa sempre numa imensa e generosa partilha nos deixou e com a convocatória de Paulo Borges. Muito obrigada aNaTureza por tudo o que nos ofereces e partilhas! Bom domingo!
  




"Convocatória
Precisa-se urgentemente de uma nova geração de amigos da realidade, que adorem ver as coisas como são, para além de todos os juízos e conceitos, e que amem imparcial e incondicionalmente todos o seres e tudo, homens, animais e todas as vidas invisíveis, o ar, a água, a terra, o fogo, o planeta, o inteiro universo.
Tu podes ser um deles! Precisamos urgentemente de ti!
Paulo Borges

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Postais II



“Era uma vez… um homem que andava em peregrinação pelo mundo prestando atenção ao que ia vendo. Um dia chegou à povoação de Kammir. Antes de lá entrar, reparou num pequeno caminho que o chamou à atenção pelo facto de estar coberto de árvores e de flores. Seguiu por ele e foi dar a uma cerca de madeira com uma porta de bronze entreaberta, como se o convidasse a entrar.

O homem transpôs o umbral e começou a caminhar lentamente entre as pedras brancas distribuídas entre as árvores como que ao acaso. Era o cemitério daquele lugar. Baixou-se para olhar uma inscrição e leu: Abdul Tareg viveu 8 anos, 6 meses e 3 dias. O homem sentiu pena da criança que morrera tão jovem e, com curiosidade, foi lendo as lápides que estavam à sua volta. Qual não foi o seu espanto quando se apercebeu de que a pessoa enterrada que vivera mais tempo tinha apenas onze anos. Terrivelmente abatido, sentou-se reflectindo sobre que estranha desgraça poderia ter sido a causa da morte de tantas crianças, quando um velho se dirigiu a ele e lhe perguntou o que se passava.

- O que é que aconteceu nesta povoação? Porque estão tantas crianças enterradas neste local? Que terrível maldição caiu sobre vós?

- Fique tranquilo, bom homem – disse o velho. – Não existe qualquer maldição. O que acontece é que na nossa cultura, quando um jovem faz quinze anos os pais oferecem-lhe um pequeno caderno como o que aqui tenho. A partir dessa idade, cada vez que desfrutamos realmente de algo, ou vivemos um momento especial ou intenso, sentimos amor, paz ou felicidade, anotamos no caderno essa vivência indicando quanto tempo durou. Assim vamos fazendo todos nós e, quando morremos, somam o tempo que vivemos em plenitude de sentido e consciência e anotam na lápide. Este é, meu amigo, o único tempo vivido.”

Ao reler uns posts do meu anterior blog não resisti a deixar-vos, de novo, este vídeo e  história. Vivamos a vida!
Teresa